Algumas pessoas acreditam erroneamente que a coragem é a ausência de medo, mas, na verdade, é o contrário. Todos os corajosos têm medo sim, porém, mesmo com medo eles enfrentam as situações apesar do temor ser latente frente aos riscos. A diferença entre o corajoso e o covarde é que o covarde não toma atitude nenhuma, já o corajoso toma ação e enfrenta a situação.
O tema oportuno veio à tona nestas eleições em São Luís evidenciando duas formas de fazer política: a forma que tem a covardia como base de suas ações e a forma que tem como pilar a coragem. A primeira, pode ser representada pelo prefeito Edivaldo Júnior, com sua ‘neutralidade’ quase parcial. A segunda, foi demonstrada, brilhantemente, pelo deputado Josimar de Maranhãozinho.
Entre a covardia e a coragem na política, o presidente regional do PL optou pela segunda opção e saiu vitorioso das urnas com mais de 40 prefeitos eleitos. Daí a compreensão bem existencial do enunciado: não ter medo de termos coragem.
Na capital maranhense, ao assumir o comando político da campanha de Duarte Jr, Maranhãozinho mostrou a coragem que marca os grandes líderes políticos e se põe como alternativa de poder em âmbito estadual, independente do resultado das eleições deste domingo.
Do governador Flávio Dino (PCdoB) ao prefeito eleito Eduardo Braide (Podemos), passando pelo senador Weverton Rocha (PDT) e pelo deputado estadual Duarte (Republicanos), a história da política maranhense sempre mostrou que as lideranças se formam sempre entre os que têm coragem, por isso mesmo Edivaldo perdeu com a covardia do silêncio.
A popularidade do prefeito que hoje está na casa dos 40% tende a desaparecer com ele no próximo dia 31 de dezembro, quando deixará o mandato. Sua perspectiva política, entretanto, ainda é uma incógnita.
Se Edivaldo foi medroso em ser corajoso, Maranhãozinho teve coragem para enfrentar o medo. O primeiro tende a cair no ostracismo logo no ano que vem, enquanto o segundo vai colher os ‘louros’ de sua ousadia.
Nas rodas de conversas ouvimos e falamos que a política é um espaço traiçoeiro e que a lógica do mais “esperto” muitas vezes prevalece. No entanto, na maioria das vezes é preciso não ter medo de ter coragem. Flávio Dino, por exemplo, só é governador por que teve a coragem que outros de sua geração não tiveram em 2010, sendo eleito em 2014.
Eduardo Braide só virou prefeito eleito por que teve a coragem que muitos colegas não tiveram primeiro em 2016 e agora em 2020. Neste time de corajosos já pode ser incluído o deputado Josimar de Maranhãozinho, que resolveu marcar posição em um terreno próprio, ao lado de Duarte Júnior – e agora com o vice-goverandor Carlos Brandão ao seu lado – já apostando nas eleições de 2022.
Pode dar certo ou pode não dar, mas o fato é que Maranhãozinho não se eximiu de tentar. A ousadia de Duarte, com apoio de Maranhãozinho, vinha incomodando quatrocentões da classe política desde o início do primeiro turno, muitos acovardados pela própria incapacidade de iniciativa, reféns que são de mandatos ou de espaços públicos de poder.
E diante desta postura, logo vem-me à mente a frase do filósofo grego Aristóteles que diz “a coragem é a primeira das qualidades humanas, pois garante todas as outras”. Portanto, Maranhãozinho entra agora no plantel dos que ousam, enquanto Edivaldo corre o risco de voltar para plateia.
E o futuro da politica e do Maranhão são daqueles que enfrentam seus medos e ousam. Gostem ou não os que apenas olham, principalmente os covardes que optam pelo silêncio e neutralidade.